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Filme de tragédia? Temos! Filme que trata o lado humano em período de tragédias? Temos também, tudo em um só!
O novo longa sul-coreano intitulado no Brasil como “Sobreviventes – Depois do Terremoto” tem direção de Tae-hwa Um, diretor do interessante “Desaparecimento: o Garoto que Retornou”.
Tratando da calamidade e suas consequências, a ideia de Sobreviventes – Depois do Terremoto é menos sobre a destruição e o terror desse tipo de ação climática devastadora e mais sobre o que acontece com o ser humano que deve lidar com ela.
Com um início mais modesto e lento, não se engane: o filme engata em uma ação em cadeia, trazendo o melhor e pior do ser humano nesse processo.
Para contextualizar um pouco mais: um único condomínio fica de pé depois do terremoto, o que impacta diretamente toda a região, afinal, existe apenas um abrigo para todos os sobreviventes. Com isso, a escolha é óbvia, embora violenta: apenas os moradores são permitidos, criando através da violência uma sociedade fechada, mantendo todo tipo de suprimentos, como água, comida e remédios, de uso único do condomínio.
Assim, instaura-se um cenário não pós-apocalíptico, mas de guerra: facções que se enfrentam de forma armada – como der – para sobreviver, mesmo que seja com o mínimo, e não morrer de frio nas baixas temperaturas do ano.
Com isso, Tae-wha cria um cenário de apatia social, ao mesmo tempo que acompanhamos o dia a dia de um condomínio vivo, suas conquistas (como a volta de luz e eletricidade), até pequenas comemorações, com bebidas alcoolicas e comida em certa fartura.
Por fim, Sobreviventes – Depois do Terremoto foge da ideia de um filme sobre os problemas gerados por um dano climático para falar sobre a rigidez humana, o instinto violento e de supremacia do mais forte sempre aparente nesse tipo de situação: é um filme de guerra, seja ela física, mental ou até mesmo, interna.
