Uma das belas surpresas para o Oscar 2021 foi a indicação na categoria “Melhor Filme” (e outras 5 indicações) para Minari: filme majoritariamente em língua não inglesa!

Aclamado no Festival de Sundance e bem-visto por todos, Minari fala sobre a busca pela qualidade de vida para imigrantes dentro dos EUA, trazendo uma família coreana-americana como foco de narrativa. 

Talvez o principal sentimento sobre o longa seja a sensibilidade: seja pela inocência da infância, das brigas não ditas – em vários momentos – entre um casal que discorda das escolhas um do outro, mas que silenciam ao máximo os conflitos em prol da saúde de seus filhos, até o relacionamento não convencional de uma avó 100% estrangeira. 

Com direção de Lee Isaac Chung, o enredo se passa em 1980 em Arkansas, Estados Unidos, lugar onde Jacob (Steven Yeun) compra um grande pedaço de terra para criar uma fazenda de produtos típicos da culinária coreana. 

O lugar é afastado e com falta de recursos, o que causa conflito com os interesses de sua esposa Mônica (Han Ye-Ri), que preza a cidade grande e a qualidade de vida de sua família, principalmente devido à condição especial de seu filho, David (Alan S. Kim). 

Minari Toca Fita

Lee escolhe contar a história de vários paralelos, não dando foco total ou até mesmo um real protagonismo a ninguém. David, o filho, tem muito foco, talvez por ser um link importante entre todo o enredo, das brigas conjugais e muito mais. 

Indo mais além, principalmente no arco de Mônica, que sofre por viver em um local afastado e precário, longe de sua família, cultura e vida social, a personagem de Yoon Yeo-jeong, Soonja, mãe de Mônica, é introduzida. 

Trazendo alívio cômico assim como muito drama, a personagem quebra paradigmas e traz mais elementos para a trama, como a inversão de ideais e a quebra de expectativa, uma vez que seu comportamento é quase infantilizado em alguns momentos. 

Com este novo elemento, podemos ver uma relação familiar ainda mais conturbada e, de certa maneira, mais forte para todos, tudo isso em detalhes e nuances quase imperceptíveis. 

Assim, Minari (que, na verdade, dá nome a uma verdura coreana), se torna um filme que fala sobre a imigração, o sonho americano de sucesso e o bem-estar de uma família, tudo isso por um olhar mais simples, mais infantil, e mais imaturo. 

Então, o longa torna-se o tipo de filme que passa e você, no ápice do grande final, não entende nada e entende tudo ao mesmo tempo. 

Você então, remoe, repensa e remonta, repetidas vezes, cenas que antes não passaram de um breve alívio cômico com cenas que todos podemos nos familiarizar, dando cada vez mais o teor intimista e real que Lee provavelmente buscou. 

É bonito, é singelo, é contemplativo, mas Minari também é intenso, firme e nos faz pensar sobre nossas escolhas e como nos relacionamos com nossa família. 

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