Joker, ou Coringa: chame como quiser, o importante é saber que ele chegou nos cinemas!

O filme de Todd Phillips que já está dando o que falar nas críticas mundiais chega para apresentar de maneira muito intimista o vilão mais famoso da DC Comics. 

Com atuais 73% de nota no Rotten Tomatoes, isso por causa de sua grande polêmica, o filme aplaudido por 8 minutos no festival de Veneza é uma história intensa. 

Mas qual o motivo?  

Para evitar Spoilers ou dar muitas informações de modo que possa atrapalhar a experiência do filme, vou separar essa explicação em 3 partes:

O que Joker têm que incomoda as pessoas?

Talvez dizendo de maneira simplória demais, o filme trata de violência, o que claro, não é segredo nenhum para quem conhece o histórico do palhaço. 

Aí, bem nesta parte, entra uma das genialidades de Todd para este filme: quanta violência, física e psicológica, uma pessoa consegue aguentar até quebrar? 

Não se trata apenas de violência barata para agradar os mais caóticos dos telespectadores. Joker fala de um surto, gradual e incômodo até demais. 

Foi para muitos, caso você não tenha acompanhado, uma suposta inspiração e incitação ao ódio deliberado, principalmente para os dias de hoje, no cenário sócio-políticos que vivemos. 

Sinceramente? Discordo

É muito além disso, muito mais profundo que isso e, com toda certeza, muito mais pessoal que isso. 

O ponto de vista conta? 

A politicagem é um fator muito relevante para o enredo de Joker, o que já era de se esperar, principalmente se você, com toda sua ansiedade, viu os trailers. 

Estamos acostumados a ver o Coringa e sua insanidade pelo outro lado: o lado do Batman, o herói. 

A visão do palhaça maluco sempre foi resumida em insanidade e atos grotescos, violentos e muito perturbadores. Já leu A Piada Mortal? A HQ de Coringa que trás cenas horríveis e muito cruéis é como fomos condicionados a enxergá-lo. 

Mas agora o jogo virou: não tem Batman na jogada! Joker de Todd Phillips é um drama sobre um homem medíocre que tenta viver em uma cidade caótica, perdida e sem leis. 

Bom, existem leis, mas a situação grave da cidade é basicamente um poço de problemas.

Assim, infestações de ratos e lixos em todos os cantos são exemplos muito usadas durante o filme para apresentar a Gotham City de Arthur Fleck, o Coringa. 

Acompanhar como Arthur “enlouquece” até se tornar o então grande vilão é interessante e perturbador ao mesmo tempo. 

Sabe pra que serve esse filme? Para te fazer refletir sobre seus atos! Isso por que: 

Talvez o verdadeiro vilão seja sim, você!

Quando me refiro a você, falo na verdade de nós, sociedade. 

De maneira alguma justifico atos de grande violência como assassinatos e afins como justificativa para nenhum fim. 

Só penso que, até onde a sociedade, a política, e uma vivência conturbada desde a infância se misturam para criar o caos? 

Aí mora outro assunto chave de Joker: o preconceito

Com todo esse cenário descrito para vocês, como um aspirante a comediante diagnosticado com uma doença neurológica que sofre preconceito em todos os lugares, a todos os momentos, aguenta viver “normalmente”? 

Indo muito além, talvez até longe demais, o teor psicológico imersivo apresentado em Joker pode falar para muitos de uma justificativa para incitar ódio e proferir o caos. 

Na verdade, acredito que fala mais sobre como tais assuntos e comportamentos não são falados, sendo assim, reprimidos e nunca aceitos pro ninguém, sendo então uma bomba relógio pronta para explodir a qualquer momento. 

Arthur convive a todo momento como o estranho, a aberração. É submetido a todo tipo de violência, e está basicamente, sempre sozinho. 

O que diga-se de passagem, é verbalizado por ele, mais de uma vez, não obtendo sucesso em conseguir nenhum tipo de ajuda. Acreditem, é muito, muito incômodo. 

 O maior trunfo de todos

Uma peça única chamada Joaquin Phoenix

Antes de falar do ator, recomendo aqui para você o filme chamado Ela (Her, 2014)., longa estrelado pro Joaquin que mostra o quanto o ator é maravilhoso. 

Indicações a parte, Joker não seria o que é sem a arte de Joaquin. Conhecido por dar muita intensidade para seus personagens, a espera de todos é que o ator brilhasse como Coringa, um dos personagens – possivelmente – mais difíceis de fazer. 

O ator é brilhante! Muito mais do que o esperado, a entrega de Joaquin para o papel é assustadora. 

Poético: é o que Phoenix fez com Joker. 

Então, se você tem alguma dúvida sobre ir ao cinema assistir um filme neste final de semana, sempre aposte em um que Joaquin esteja, não tem como errar. 

Portanto, finalizo dizendo que Joker é um filme necessário por muitos motivos, abre a público assuntos muito delicados e polêmicos, mas que no final das contas, não podem ser abafados para sempre. 

Se vai para a próxima temporada do Oscar? Muito provavelmente, e sim, merece! 

Dica: independente do que você tenha lido aqui ou em qualquer outro site, tire suas próprias conclusões. O longa é por si só muito pessoal, e vai ser muito interessante conversar com seus amigos sobre o que ele trata e como ele trata, vai por mim! 

 

Nota: 9,7 / 10 

 

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