CRÍTICA: ASSASSIN’S CREED, O FILME

Um bom elenco, algumas boas cenas de ação e uma boa fotografia resumem que tem de bom no filme.

Fazer filmes baseados em jogos tem se tornado um fardo para Hollywood, inúmeras tentativas erradas parecíamos ter chegado ao momento deles com o Warcraft. Equipe criadora do jogo envolvida, diretor fã da franquia, longa feito para fãs. Mas deu bem errado. Chega então Assassin’s Creed, elenco incrível que é digno de Oscar, diretor de filmes cult, ideia principal era fazer um filme para todo mundo, sem se prender aos jogos. Resultado, um filme bem bagunçado, que não sabe a quem agradar, e não sabe qual rumo tomar.

Callum Lynch (Michael Fassbender) é sentenciado a morte por um homicídio, mas no lugar da injeção letal, recebe uma dose de calmante e acorda na Abstergo. Um empresa gerenciada por descendentes de templários e querem usar Lynch para ter acesso a memória dos seus antepassados, os Assassinos do Credo, para achar a maçã do Éden, que dizem ser a chave para o fim da violência do mundo. A partir da Animus, um sistema para acessar esse passado, criado por Sofia Rikkin (Marion Cotillard) e seu pai Alan Rikkin (Jeremy Irons), Cal tem que aprender tudo que seu parente distante fez no ano de 1492 para proteger a maçã.

O filme tem direção de Justin Kurzel, e é bem pesada e diferente da maioria dos blockbusters, pegando muito do seu trabalho em Macbeth. Planos longos, alternando com cenas bem fechadas, e apostando em um fotografia envelhecida, com fortes tons amarelados quando mostra o passado, e com tons mais frios, bem acinzentados quando foca no futuro, belo uso do recurso. Outro bom ponto são as cenas de ação bem coreografadas e intensas, bem fechadas mostrando com ênfase as famosas hidden blades e as execuções bastante presentes no jogo. Mas é somente isso de bom no filme.

Um roteiro que fica dando voltas e mais voltas, não sai de lugar nenhum e não consegue criar uma empatia com os personagens. Ao invés de seguir o básico de mostrar um objetivo no começo e percorrer um caminho linear, ou criar a famosa jornada do herói, em momento algum explica a motivação do principal. Os vilões tem sua motivação bem clara desde o inicio, mas vão na base da coincidência, na base da torcida pelo Callum, não explicam como funciona a máquina, o que é a fundação. Se você não conhece pelo jogos, vai achar que é apenas mais uma empresa de tecnologia futurista.

Um amontoado de excelentes cenas de ação, um bom período histórico a ser explorado e um bom elenco, mas ligado por um roteiro que nem merece ter esse nome. Mais um oportunidade de levar um jogo para a grande tela e fazer um bom filme foi desperdiçada, e aqui de forma grotesca. Os fãs do jogo devem ficar divididos, mas os que não conhecem nada sobre, vão continuar sem saber.

Nota: 2/5

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